Neste vídeo, apresento algumas ideias sobre stalinismo como forma extrema de autoritarismo, explorando como Josef Stalin consolidou poder absoluto na União Soviética. Falo sobre mecanismos psicológicos e institucionais que permitiram a ascensão de um regime totalitário sem precedentes históricos, mais absoluto que qualquer outro que já existiu. Em particular, defendo que a crença ideológica pode ser mais perigosa que a mera ambição de poder, mostrando como os próprios colaboradores de Stalin hesitavam em confrontá-lo — enquanto isso ainda era possível — por temer prejudicar a revolução. A análise contextualiza a biografia de Stalin, desde sua juventude revolucionária até sua transformação em ditador absoluto, oferecendo lições sobre os perigos de sistemas que permitem a imposição de “verdades absolutas” sem mecanismos de controle institucional e como as instituições podem ser corroídas por dentro.
Transcrição por AI
Pessoal, essa viagem agora em cidade natal de Stalin é uma boa oportunidade para refletir a respeito de autoritarismos. Pensar sobre como é possível, como foi possível e como é possível que alguém possa acumular tanto poder e possa exercer esse poder sem qualquer limitação pessoal ou institucional. Stalin foi não só um ditador, como um ditador brutal, um monstro, e mais poderoso, mais absoluto do que todos os ditadores que a gente conheceu. Seu poder foi ilimitado, ele podia fazer o que quisesse. Não foi contestado, exceto num período em que ele estava consolidando seu poder como ditador ainda, após a morte de Lenin. Mas depois que ele se consolidou, ele não teve mais disputa, não houve nenhum plano para removê-lo, assassiná-lo. Houve insatisfações, mas a própria forma como ele lidava com essas insatisfações, qualquer potencial insatisfação pela eliminação dos seus opositores durante a maior parte do período, também nos mostra como era absoluto seu poder. Stalin tinha mais poder do que Hitler, do que Mao Tse Tung, do que os monarcas que a gente chamava de absolutistas. O poder absoluto de Stalin era mais absoluto do que o poder até então absoluto. E ele conseguiu isso em parte por encontrar um sistema que já permitia, que era um sistema intrinsecamente totalitário, o sistema comunista marxista-leninista. Mas em parte também por criação dele. Então, o sistema que ele encontrou com Lenin, que ele ajudou a criar também com Lenin e com outros, já era um sistema totalitário no sentido de buscar o controle total da existência da população, da vida da população, da vida daquela sociedade toda subordinada ao objetivo do partido, que era supostamente um objetivo nobre de criar uma sociedade melhor e tudo mais. Mas era uma forma de organização que buscava abarcar todos os espectros da vida na sociedade. E os bolcheviques, os leninistas marxistas, Stalin entre eles, buscavam criar o que eles chamavam de homem novo, o homem novo soviético, que era uma forma, um homem livre dos preconceitos do passado, livre das ideologias opressoras, um homem potencialmente perfeito, imaculado, como a gente teria sido antes do capitalismo e de outras etapas históricas nos tornarem aquilo que somos hoje, segundo a visão deles, naturalmente. E aí a gente fica pensando como foi possível criar um sistema em que alguém como Lenin e principalmente Stalin em seguida pudesse exercer o poder de uma forma tão… sem checks and balances, sem pesos e contrapesos. O sistema stalinista era tão concentrado no poder individual de Stalin que ele era capaz de fazer os próprios órgãos de repressão, reprimir a si mesmos. Ele podia fazer expurgos em grande escala dentro dos órgãos repressores e ele não sofreu nenhum desafio, nenhuma ameaça significativa a seu poder por conta disso. Então a repressão stalinista alcançava todos os segmentos da sociedade, inclusive o aparelho repressor. E aí a gente para para pensar como é que é possível que uma estrutura política opressora nessa magnitude possa existir. Em algum sentido a estrutura opressora não é diferente de uma estrutura como qualquer outra. Então, por exemplo, nóstemos uma estrutura social hoje no Brasil, nos Estados Unidos, no México, baseada em certos princípios. Mas existem diferentes interesses, existem diferenças sociais, existem diferenças de propósito, diferenças de benefícios que cada pessoa ou grupo extrai desse sistema. E o sistema, no entanto, é estável porque a maior parte das pessoas entende que os custos e benefícios desse sistema, a sua posição dentro do sistema, ela é melhor do que ela seria caso o sistema não fosse esse. Mais do que isso, cada pessoa individualmente não tem como buscar a substituição do sistema por outro, a não ser que ele esteja em uma posição de poder muito grande, como no caso Stalin, que assim que ele alcançou o ápice do poder político na União Soviética, ele começou a reformar o sistema para torná-lo ainda mais opressor, mais conforme ele o via, o desejava. Mas individualmente as pessoas não têm esse poder. Então, mesmo com um grau de insatisfação grande, as sociedades tendem a se manter estáveis dentro de diversos sistemas, inclusive de sistemas autoritários, porque as pessoas não têm a capacidade individualmente de promover mudança. Agora, num sistema como o nosso, uma democracia liberal, as pessoas podem se organizar e fazer propostas e tentar fazer mudanças graduais, e aos poucos o sistema vai se reformando. No caso do sistema stalinista, isso não era possível, porque mesmo o menor sinal de insatisfação com o sistema, ele era punido possivelmente com morte ou com prisão nos campos de concentração deles, os kulaks. Então, não havia possibilidade de sequer propor qualquer mudança ao sistema. Agora, então, numa sociedade como a nossa, essas propostas vão circulando e as pessoas vão… o sistema vai se aprimorando, vai se sofisticando, se reformando. E se ocorrer uma situação em que existe um certo nível de opressão, de arbitrariedade ou de insatisfação muito grande, e os mecanismos institucionais não são mais suficientes para que mudanças sejam propostas e que a coisa se reforme, aí você pode ter… começar a ter um nível de insatisfação que gera manifestações e, inclusive, processos revolucionários. Se a gente for tentar compreender como Stalin foi capaz de criar esse sistema absoluto, a gente vai ver que ele não surgiu do nada, ele não foi criado, não foi instalado. Ele foi evoluído, ele foi desenvolvido a partir de sistemas preexistentes. E, naturalmente, o sistema que ele encontrou foi o sistema criado por Lenin e por Stalin também, pelos velhos bolcheviques, que fizeram a revolução. E era um sistema já de viés totalitário, já completamente autoritário, baseado em violência e terror. Mas ainda não era o absolutismo stalinista, como a gente viu nos anos 30 e em seguida. E o que Stalin fez foi pegar essas instituições que já eram autoritárias, opressoras, e, por dentro delas, fazer reformas que consolidaram ainda mais seu poder. Ainda com Lenin vivo, Stalin já usava do seu poder pessoal dentro do partido, dos cargos que ele ocupava, para fazer as nomeações necessárias, para fazer as reformas legais, quer dizer, tudo dentro da lei, não é? Para fortalecer os grupos que o apoiavam e enfraquecer os grupos que não o apoiavam. Então, durante um período, Stalin poderia ter sido removido pelo voto daqueles camaradas que ainda podiam votar dentro do partido, que ainda podiam decidir ou opinar. Até que chegou um ponto emque isso não era mais possível. Ele já tinha a capacidade de eliminar seus adversários e com muita habilidade ele transformou esse aparato repressivo, essa organização institucional repressiva que ele encontrou, o que ajudou a desenvolver inicialmente com Lenin, e transformou isso num sistema completamente absoluto de poder em que ele era o único, o último decisor. Ele não podia ser contrariado em hipótese alguma. Então como ele foi capaz de transformar esse sistema que ele encontrou, que já era opressor, num sistema em que ele concentrava todo o poder? Os seus parceiros bolcheviques, seus camaradas, não eram pessoas ingênuas e também tinham ambições de poder e alguns deles talvez até tivessem se tornado ditadores como Stalin. Provavelmente a maior parte deles, se não todos eles, teriam se tornado grandes opressores. Era parte da ideologia e parte do sistema que já estava instalado. Mas o absolutismo stalinista não era necessariamente o resultado desse processo. Algum tipo de totalitarismo opressor seguramente existiria, mas como surgiu, como foi possível Stalin criar o regime stalinista? Ninguém percebeu? Eles eram burros? Stalin era um gênio? Na verdade, algumas pessoas começaram a se preocupar e alguns perceberam que a coisa estava indo para essa direção, outros só perceberam quando era tarde demais. Mas havia um fator que, curiosamente, explica, a meu ver, grande parte da vulnerabilidade desses outros indivíduos, dos seus colaboradores, às ações stalinistas, às ações de Stalin para a supressão de censos e dos próprios colaboradores. E esse fator era a crença autêntica que eles tinham na ideologia. Eles realmente acreditavam que estavam construindo uma sociedade mais justa, um mundo melhor, e acreditavam que era necessário tomar medidas drásticas. A violência era necessária, o terror era necessário. A maior parte deles acreditava nisso. Em alguma medida todos acreditavam. Então, era necessário tomar medidas de repressão. Era necessário eliminar os opositores, eliminar ameaças ao regime, eliminar os burgueses, os capitalistas e tudo mais. Eliminar os traidores. Aos poucos essas categorias foram se expandindo e começou a ser necessário eliminar, inclusive, membros do partido que causavam dificuldades à consolidação da revolução. Então, em grande medida, o que possibilitou Stalin eliminar toda a sua competição interna, e externa, mas o que interessa é saber como eliminou aqueles que trabalhavam com ele, colaboravam com ele, ou que trabalhavam para ele para oprimir os outros. Como ele conseguiu isso? Porque as pessoas realmente acreditavam que estavam fazendo a revolução. E, em algum momento em que a revolução estava supostamente a perigo, especialmente depois da morte de Lenin, muitos bolcheviques, mesmo os que percebiam que Stalin não era o ideal, eles achavam que a revolução estaria ameaçada se houvesse um problema na transição de poder. Muitos bolcheviques que colaboravam com Stalin, muitos dos líderes soviéticos, eles temiam que durante o processo de transição de Lenin para o que quer que viesse em seguida, que inicialmente começou não como Stalin sozinho, mas como um triunvirato de poder em que havia também instâncias decisórias que realmente tinham capacidade de influir, além da liderança, eles temiam que esse processo revolucionário pudesse fracassar, que estivesse sob risco. Então, muitas vezes em que Stalin poderia ter sido destronado, houve hesitação, mesmo por parte daqueles queachavam que ele estava tomando decisões que não eram no melhor interesse do partido ou deles próprios, mas eles tinham um temor maior, que era o temor de ver fracassar a revolução. A ideologia, portanto, era um fator de motivação, não só para Stalin e destruir os outros, mas para que outros hesitassem em tomar medidas para impedir que Stalin continuasse com a construção do seu sistema. E isso é uma coisa interessante também para a gente pensar a respeito de qual é a psicologia, o que pensa um indivíduo que é autoritário, não necessariamente um ditador como Stalin, mas a gente tende a pensar em autoritarismos como um desejo de poder, como talvez um sentido de superioridade ou como alguma forma de psicopatia ou um conjunto dessas coisas. E esse desejo de poder, se não é contido por instituições ou por outras pessoas, por outros desejos de poder, ele tende a crescer até encontrar oposição. No caso de Stalin, ele não encontrou oposição, ele conseguiu gerenciar e contornar todas as oposições que encontrou até se tornar absoluto. Mas não é necessariamente ou apenas o desejo de poder que leva o indivíduo a se tornar um indivíduo autoritário e as instituições a se tornarem instituições que permitem, autorizam, possibilitam a opressão autoritária. Em grande medida, em muitos casos, o motivo principal é a crença em uma verdade, é acreditar que está certo. Não só Stalin, como Lenin e todos esses revolucionários dessas e de outras revoluções, eles estavam convencidos de que estavam certos. Eles acreditavam que o que eles faziam era aquilo que precisava ser feito, não a ação imediata específica, matar este ou aquele, por exemplo, mas o conjunto das ações como meios para alcançar um mundo futuro melhor, que eles estavam seguros de que sabiam que viria, desde que eles tomassem as medidas necessárias, desde que eles fizessem a revolução e eliminassem o capitalismo, a burguesia, etc. Então, em grande medida, o caráter autoritário desses personagens históricos não era apenas um desejo de poder, ou não era nem centralmente fundado, fundamentado num desejo de poder, mas era, em última instância, no desejo de um mundo melhor, de criar um mundo melhor. Naturalmente, para criar esse mundo melhor, que não foi criado, eles causaram a morte de dezenas de milhões de pessoas. A crença ideológica, a convicção ideológica, então, é um dos elementos que podem conduzir ao autoritarismo, à opressão. O convencimento de estar certo, isso é mais importante ou mais perigoso do que o mero desejo de poder, a meu ver. Porque o desejo de poder permite acomodação. O autoritarismo, a vontade de dominação pragmática ou instrumental, para obter benefícios econômicos pelo poder em si, ela é passível de acomodação. Então, a gente consegue perceber isso claramente quando observa figuras hoje da nossa vida contemporânea. Certas pessoas, a gente entende que são movidas pelo desejo de poder, glória, riquezas, admiração. Outros são movidos por uma crença em que estão fazendo aquilo que precisa ser feito, movendo a história para frente, essas coisas. Então, por exemplo, Stalin, quando ele era ainda adolescente, ele se tornou um revolucionário. Ele começou a ler literatura marxista e outras coisas, nem marxista inicialmente, começou a ler leituras subversivas, né? Livros proibidos, essascoisas existiam na época. E ele se tornou um revolucionário, ainda quando fazia seus estudos, que seriam equivalentes aos estudos secundários hoje, que ele está em um seminário ortodoxo, ele começou a fazer ações revolucionárias, começou a participar do movimento revolucionário. Logo em seguida, ele entrou para a clandestinidade, ainda jovem, porque ele já estava identificado pela polícia e já estava sendo monitorado. Então, depois de sair do seminário, ele passou a se dedicar integralmente à revolução, passou a fazer da revolução a vida dele, se tornou um revolucionário profissional, como eles diziam na época, que era a ideologia leninista, previa que a revolução seria feita por uma vanguarda de revolucionários profissionais e não pelo proletariado sozinho, como Marx originalmente pensou. Stalin então passou para a clandestinidade e passou cerca dos próximos 20 anos da vida dele fugindo da polícia, vivendo escondido, trocando de endereço, indo e voltando entre diferentes cidades, países. Então, ele não tinha trabalho fixo, não tinha grana, dependia daquilo que ele conseguiu obter dentro do partido. Então, um sujeito que entrega a sua própria vida para uma causa em que ele acredita, a gente tem que ver que é um sujeito que tem um nível de convicção, de dedicação, de ambição, não no sentido da ambição do dinheiro, da fama, mas ele tem uma intensidade de convicção íntima de que aquilo em que ele acredita é o que deve ser feito, que isso junto com o poder tende a criar personalidades ditatoriais, que se houver a possibilidade de obter o poder, eles se tornam ditadores. Naturalmente, não é só a crença ideológica, mas outras características psicológicas, o fato de ele ter crescido em um ambiente de agressividade, como eu falei em outro lugar, ele apanhava em casa, o pai batia nele, se tornou alcoólatra, espancava o garoto, ele cresceu em um ambiente aqui em Gori, em que a cultura de gangsterismo era predominante, crianças e jovens brigavam na rua, tinham suas gangues, tinham a gangue do bairro X com o bairro Y. Então, são vários elementos que explicam, nenhum elemento sozinho explica a ascensão de um ditador e a formação de uma personalidade autoritária. Mas, a meu ver, os ditadores mais nefastos, mais nocivos, são aqueles que acreditam realmente naquilo que estão fazendo, que não estão lá só para ter um palácio maior que o outro, que não buscam apenas ter o poder sobre as pessoas pela coisa em si, mas que eles buscam aquilo porque eles acreditam que aquilo é o meio para alcançar algum objetivo, alguma verdade maior, uma verdade absoluta também. Essas eu acho que são as principais lições que a gente tem que tirar dessa vida de Stalin e de outros para compreender nossos próprios problemas cotidianos. O risco que existe em deixar que as pessoas busquem a sua própria verdade ou a imposição da sua própria verdade, da sua visão de mundo, em detrimento de outras visões de mundo, em que as pessoas tenham a possibilidade, dentro das instituições e depois acima das instituições, de impor aquilo que elas acham correto, que acham que é o melhor, simplesmente porque elas acham que é o melhor. A ideia de você ter uma sociedade em que ninguém possa dizer o que é melhor, em que a sociedade seja imperfeita no sentido de que ela está dinamicamente em reforma, em que as pessoas estão brigando para imporas suas vontades e nunca conseguem, isso naturalmente gera uma imperfeição que é insatisfatória para o mundo. E isso naturalmente gera uma imperfeição que é insatisfatória para muita gente, para um cara como Stalin, que acreditava que estava seguro de que ele tinha uma visão do que deveria ser o futuro. Isso é um estado de coisas que não é aceitável. E para muita gente é inaceitável, mas o cara não tem o que fazer, ele engole e fica quieto, como quase todos na sociedade democrática. Então a sociedade democrática é imperfeita por definição, porque ela é uma sociedade que está sempre sendo desafiada internamente por novas ideias, por ideias contraditórias, por projetos incompatíveis. Mas essa imperfeição é uma imperfeição dinâmica. Ela é uma imperfeição que é diferente ao longo do tempo. Ela é imperfeita hoje de um jeito, amanhã de outro jeito, depois de amanhã de outro jeito. E é uma imperfeição que vai melhorando ao longo do tempo, porque ela vai acomodando as mudanças de mentalidade, os interesses dos diferentes grupos. E é muito melhor viver numa sociedade que é imperfeita desse jeito do que deixar que uma pessoa ou um pequeno grupo dominem toda a sociedade e imponham a perfeição que eles acham que é desejável, o estado de coisas que eles acham que é perfeito e desejável. Bem, pessoal, eu tive de cortar diversas vezes, acabaram minhas três baterias que eu trouxe. Teve superaquecimento dessa câmera aqui um monte de vezes, gente passando. Eu espero que eu consiga dar uma certa ordem aos pensamentos na edição. Se não, depois eu falo mais. Eu espero ter trazido algumas reflexões interessantes. É um tema que me interessa há muito tempo, autoritarismo, história soviética, essas coisas. Eu tentei fazer um panorama sem nenhum detalhe histórico, nada disso, até porque eu não sou muito bom em guardar datas e coisas assim. É só para dar ideia do sentido geral da coisa e trazer um alerta para todos nós, não só aqui hoje, mas no futuro. Porque a liberdade, a democracia, a democracia liberal não são dados históricos, elas são circunstanciais, são fenômenos que ocorrem e que podem desaparecer. A liberdade vem e vai na história humana. A democracia liberal é uma coisa relativamente recente, se a gente comparar, se a gente fizer uma análise da evolução dos homens, desde as primeiras civilizações até hoje, é um fragmento da linha histórica. Ela nem chegou a conquistar o mundo e parece estar em retrocesso mesmo antes de ter chegado a isso. Então, eu acho que a gente tem de olhar para esses exemplos históricos e entender que não são dados, não é como o rio, as árvores que estão aqui e já estavam aqui e estarão aqui quando a gente se for. Não, isso são criações humanas. A liberdade, como a gente entende, a liberdade hoje, a liberdade política, a liberdade ideológica, a liberdade de culto, todas essas coisas são invenções históricas. São coisas que elas não surgiram com a civilização. Ao contrário, em alguma medida, as civilizações suprimiram liberdades por muito tempo, impunham suas próprias visões. E a gente tem de ter isso em mente. Tudo é histórico e tudo pode desaparecer. A gente tem que estar sempre vigilante. Um abraço e até a próxima.
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