Paulo Freire argumentava que a neutralidade na educação é impossível e indesejável. Ele classificava as pessoas em ingênuos (que não percebem sua própria manipulação), astutos (que fingem neutralidade para promover suas agendas) e críticos (que assumem abertamente suas posições políticas).
Segundo Freire, todos têm um compromisso ideológico, seja consciente ou não. Ele defendia que aqueles que alegam neutralidade estão, na verdade, escondendo seus verdadeiros interesses ou trabalhando inconscientemente a favor de grupos dominantes.
Para Freire, a educação é inerentemente política, e tentar implementar uma pedagogia neutra seria impossível. Ele argumentava que a educação deve ser usada como instrumento de transformação social e política.
Esta visão contrasta com o ideal tradicional de buscar a maior neutralidade possível no ensino. Enquanto se reconhece que a perfeita neutralidade é inatingível, Freire usa essa impossibilidade para justificar a politização deliberada do processo educativo.
O resultado dessa abordagem é a defesa da politização completa do processo educativo, incluindo até mesmo disciplinas tradicionalmente consideradas neutras como matemática, química e física. Freire argumentava que todas as matérias podem e devem ser “problematizadas” com conteúdo político e ideológico.
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